Não eram eles do tipo de casal exemplo do ano, nem ao menos os mais perfeitos, muito menos os mais entendíveis. Mas quem disse que a perfeição sempre é bem vinda. Eles não tinham lá o seu currículo de melhores casados, mas eles tinham uma graça que não havia igual. Apesar da longa idade que já tinha, agiam como jovens, brigavam e batiam a porta na cara do outro, tinham ciúmes dos melhores amigos, dormiam no sofá, e tinham lá as suas peculiaridades com algumas coisas. Ele tinha uma fala rápida, desenfreada, gaga, enganchada, e com muita informação. Ela, gritos, histeria, picuinha, e estresses de alto grau. Ele, sempre a ouvia e entendia o que ela queria dizer. Ela gritava que estava errado antes mesmo dele começar a frase. Ele, cuidado e atencioso, e louco, louco por ela. Ela, louca por ele, mesmo dizendo que não, hospitaleira e carinhosa, parecia o amar de verdade. Ele tinha historias alegres e engraçadas da vida dele, poucas tristezas e muitas comedias. Ela, dores de cabeça, barriga, unha, rins, dente e outros. Eles, um casal exemplo, pois não é todo dia que se vê tenta desavença e mesmo assim, amor sincero no meio disso tudo.